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terça-feira, 30 de junho de 2009

Jazz no interior

O jornalista Carlos Calado em matéria especial para o jornal a Folha de São Paulo escreveu: "Foi-se o tempo em que apenas as capitais do eixo Rio-São Paulo, com raras exceções, tinham acesso a shows de astros da cena internacional do jazz. Nesta década, festivais do gênero têm surgido em diversos Estados do país com uma característica comum: apoiados por órgãos governamentais, esses eventos buscam ampliar o turismo nessas regiões”.
Podemos acrescentar mais ao afirmar que chegou a hora do público das pequenas e médias cidades, distantes dos grandes centros culturais do país terem a oportunidade de conhecer esse estilo musical nascido do blues, das work songs dos trabalhadores negros norte-americanos, do negro spiritual protestante e do ragtime, que passou por uma extraordinária sucessão de transformações no século XX e continua apaixonante.
Para confirmar essa afirmação podemos apontar o festival Tudo é Jazz de Ouro Preto, em Minas Gerais, o festival de jazz de Ibitipoca, o festival de jazz do município de Rio das Ostras, o Búzios Jazz & Blues e festival de jazz de Penedo todos no interior do estado do Rio. Tem ainda o Festival de Jazz de Guaramiranga no Ceará, que é uma reserva de mata atlântica e não tem vocação agrícola, nem comercio ou indústria fortes.
Apreciadores de jazz encontraremos em todos os lugares do planeta, o jazz é um estilo que não se restringe apenas ao Estados Unidos , temos jazz de qualidade sendo produzido em toda a Europa com artistas consagrados mundialmente inclusive na Ásia e não seria diferente no interior do Brasil.

Uma pequena lista de indicações de livros, caso você deseje conhecer melhor o jazz

• Berendt, Joachim E. / Feather, Leonard e outros - História do jazz. São Paulo: Abril Cultural, 1981.
• Berendt, Joachim E. - O jazz do rag ao rock. São Paulo: Perspectiva, 1975. (Coleção Debates, vol. 109)
• Calado, Carlos - Jazz ao vivo. São Paulo: Perspectiva, 1989. (Coleção Debates, vol. 227)
• Calado, Carlos - O jazz como espetáculo. São Paulo: Perspectiva, 1990. (Coleção Debates, vol. 236)
• Collier, James L. - Jazz - A autêntica música americana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.
• Cook, Richard / Morton, Brian - The Penguin Guide to Jazz on CD. 5a. edição. Londres: Penguin, 2000.
• Erlich, Lillian - Jazz: Das raízes ao rock. São Paulo: Cultrix, 1977.
• Francis, André - Jazz. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
• Hobsbawm, Eric J. - História social do jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
• Holiday, Billie / William Dufty - Lady sings the blues: Uma autobiografia. São Paulo: Brasiliense, 1985.
• Jones, LeRoi - O jazz e sua influência na cultura americana. Rio de Janeiro: Record, 1967.
• Kirchner, Bill (ed.) - The Oxford Companion to Jazz. New York: Oxford University Press, 2000.
• Muggiati, Roberto - New Jazz: De volta para o futuro. São Paulo: Editora 34, 1999.
• Summerfield, Maurice J. - The Jazz Guitar - Its Evolution and Its Players. Ashley-Mark, 1980

quarta-feira, 24 de junho de 2009

UMA SIMPLES HOMENAGEM


Hoje, vou comentar sobre um figuraça que conheci há tempos. Seu nome era Jasão. Nome singular para um personagem tão plural. Desculpe o trocadilho mas não pude resistir. Só tenho conhecimento de outro outro Jasão, aquele héroi mitológico grego. O Jasão que conheci me foi apresentado pelo seu dono. Dono? É, o André. Pois é, Jasão era um cachorro. Mas tenho certeza que ele era mais do que um cão. Pra mim e para o André ele também foi um herói, por que foi muito mais que um simples animal de estimação.
Jasão era muito inteligente e tinha um grande coração. Jasão foi companheiro nas noites de solidão. Cumplíce das noitadas de sedução. Despertador nas manhãs preguiçosas, quando não se quer sair da cama mas a rotina te obriga a sair dela. Para André, Jasão foi muito mais que um cão de estimação, ele foi companheiro, irmão e confidente.
Jasão, era o rei da rua, linha dura com os vira-latas que se aventuravam por ali e galanteador e sedutor com as cadelas desavisadas que passeavam na sua área. Afinal, qual cachorrinha iria resistir aos encantos daquele belo espécime canino. Deixou um bocado de descendentes. Jasão era um cão doméstico. André garantia todas as mordomias, mas ele não era mimado não. Minha filha Andara defende a teoria que os animais depois de certo tempo de conviência assemelha-se com seu dono, e Jasão de uma certa maneira corroborava essa tese. Como seu dono, Jasão era um vira-latas de classe. O mundo era sua casa.
Viviam felizes um para o outro. Se completavam. O solteirão convicto e o seu cão. O que sewrá que a vizinhança pensava?
Mas eis que o destino quis pregar uma peça em Jasão e André. O coração do Jasão ficou doente e André fez de tudo para que ele continuasse a sua vidinha de sempre. Mas Jasão nunca mais seria o mesmo, agora vivia a base de remédios. O veterinário aconselhou pequenas caminhadas e por isso de vez em quando a gente se encontrava na Beira Rio.
Mas em uma noite chuvosa aconteceu o que André mais temia. O coração de Jasão entrou em colapso e ele não resistiu. Jasão partiu mas tenho certeza que ele foi feliz, por que até o último momento ele teve a companhia de quem ele mais amou nesta terra.
Vai com Deus amigo Jasão. Sei que você estará em bom lugar, por que todos os cães merecem o céu.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Senhora Sorriso



Todo dia ela faz tudo sempre igual. Cedo, lá está ela de vassoura em punho varrendo a calçada em frente a sua casa. Ela mora ali, no Aterrado, na Lucas Evangelista, quase em frente a delegacia. Uma velha senhora, negra, um pouco rechonchuda.
Todo dia quando desço para o trabalho lá está ela me recebendo com um sonoro "bom dia!". É quase como uma musica e aquele simples vassoura parece tranformar-se em uma varinha de condão. Como me alegra o espirito aquele cumprimento matinal.

Reparei, npo entanto que aquela gentileza não é só pra mim. Todos que passam por ali e a cumprimentam recebem de volta aquele bom dia cantado. Um bálsamo para quem tá começando o dia cheio de incertezas. Uma lição de otimismo. Faz com que a gente se sinta tão bem.

Aí eu me pergunto: Como pode um simples gesto matinal conter tamanha doação?

Tenho certeza que todos que a encontram tão cedo com tanta alegria estampada no rosto concordarão comigo.

Meus bichos, meus amores

Lua

Pandora


Estrela


Gosto muito de bicho. Cachorros especialmente. Sempre existiu um cachorro em minha vida. A primeira foi a Bolinha, amarela, de porte médio, sem raça definida. Depois veio o Rolo, também sem raça definida, lembra daquele cahorro gordinho do filme 101 dálmatas da Disney? Pois é, o Rolo era muito parecido com ele.
Tive também a amizade dos pequinêses Ming e Chang. A Pluma, uma seter irlandês, vermelha. Linda!
A Estrela, sem raça definida, está com a gente até hoje. 13 anos, perdendo os dentes e com um mau humor horrível. Ela agradece o carinho que recebe com pequenos rosnados. A Lua, uma mistura de SRD com fox paulistinha, morreu nova, a gente derramou todas a lágrimas possíveis. Ela era incrível, fazia dueto com minha filha, a Andara. Agora veio a irmã da Lua, a Pandora, que também é uma lua, só que esta é bailarina. Quando a gente chega em casa ela nos recebe dançando. Esses bichinhos me deram muitas alegrias.

Fiz até uma musiquinha em homenagem a elas.
É assim, no ritmo da musica "cantoras do rádio":

Nós somos as cachorras do Cláudio
Passamos a vida a latir
De dia abanamos os rabos
De noite vamos dormir.
Ficou legal?

terça-feira, 9 de junho de 2009

PASQUIM - EDIÇÃO COMEMORATIVA 40 ANOS



O Pasquim, jornal revolucionário lançado na década de 1960, foi um importante veículo de combate à censura e à ditadura da época. Por meio de seus textos afiados e dotados de extremo bom humor, o periódico tornou-se um marco na imprensa brasileira.

Mas nem só de textos viveu o jornal. Seus desenhos e caricaturas foram igualmente importantes na consolidação de sua fama. O livro da Desiderata reúne 32 capas e alguns outros desenhos de uma equipe que fez história.

A arte das capas é imperdível. Com um time que inclui Millôr, Henfil, Jaguar e Ziraldo, o resultado é impressionante. Difícil não rir com as grandes sacadas dessas feras do jornalismo e do desenho e com as piadinhas de Sig, o ratinho que se tornou mascote do Pasquim.

As capas eram feitas tanto com base em desenhos como em fotografias, mas o resultado era sempre inteligente e ousado. Basta ver a arte que ilustra a contracapa para entender a força das charges do jornal.

Esta edição especial é uma ótima porta de entrada para quem não conhece o periódico e tem interesse em saber um pouco mais sobre o porquê da sua importância.

A edição está caprichada e inclui textos explicativos sobre o jornal.
http://www.universohq.com/quadrinhos/2009/review_Pasquim40.cfm
Título: PASQUIM - EDIÇÃO COMEMORATIVA 40 ANOS (Desiderata) - Revista mensal
Autores: Millôr Fernandes, Jaguar, Sérgio Augusto, Ziraldo, Chico Caruso, Henfil, Fortuna, Redi e outros.
Preço: R$ 39,90
Número de páginas: 40
Data de lançamento: Maio de 2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Continuar vivendo é perigoso, mas é preciso

Nos últimos dias as pessoas só falam do desastre do airbus da Air France. As pessoas ficaram chocadas com tantas mortes em um só momento. Essa consternação geral é compreensiva, afinal o ser humano tem essa capacidade fantástica de ser solidário na dor.
Como sempre a mídia capricha na cobertura da tragédia e fornece os mínimos detalhes para saciar a sede de tragédia de nossos ávidos leitores/espectadores.
Solidariedade à parte há um pouco de exagero nessa.
Chico Buarque na letra de Soy loco por ti América escreveu: “Estou aqui de passagem, sei que adiante um dia vou morrer de susto, de bala ou vício”.
Antes do Chico, bem antes, nos primórdios do planeta terra se você estivesse poderia virar comida de um dinossauro carnívoro ou um tigre dente-de-sabre, ou ser pisoteado por algum dino vegetariano. Nos séculos XIX e XX, as pessoas morriam por doenças como a varíola, tuberculose, peste bubônica e beribéri. Também por duelo com espadas e armas de fogo ou atropelado por montaria qualquer.
Hoje, além do acidente aéreo a gente pode morrer atingido por bala perdida, infectado por um vírus, arrastado por um bicicleta na contramão, fulminado por um raio, arrastado para um bueiro por águas das chuvas nas ruas de São Paulo ou no Rio ou morrer afogado com as águas de um açude no sertão do Piauí.
Pode ser vitimado por um tsunami gigante, pelo naufrágio de um navio “insubmergível”(meu Deus isso existe?!), atropelado por um deputado dirigindo embriagado em alta velocidade, emboscado pela policia ou pela milícia ou enfartado por causa daquela porcaria do seu time de futebol.
Morre gente todo dia neste planeta. O planeta morre um pouco a cada dia. Mas também nasce gente todo dia, em cada canto desse lindo planetinha azul.
A fila anda meu camarada, e apesar dos pesares a vida continua.
Talvez seja fácil ter essa postura quando você não está intimamente ligada à tragédia, mas o que se aprende nessa triste história do airbus é que importante compreendermos o quão somos frágeis e como a cada dia fica mais e mais perigoso viver neste planeta.